22.10.03

para o sonoplasta: a segunda parte de um mailto antigo:

na estrada acostumada ao sol, num meio tronco
de árvore escavado, que há muito tempo já
é pia onde inaudível se renova
um espelho de água, acalmo minha
sede: deixo entrar pelos pulsos a alegria
e origem da água em todo corpo.
Beber seria demais, claro demais;
mas este gosto de quem está à espera
traz-me à consciência claridade de água.

Assim, se tu viesses, para me acalmar
só precisava dum ligeiro toque
das mãos no redondo jovem do teu ombro
ou na agrassão macia dos teus seios.

(rilke)

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