Gente, desculpem a extensão do texto, mas é para compensar as vezes que não escrevi.

Sábado. Após um fantástico show do Mundo Livre, através do qual pude reconhecer a fantástica distinção entre ficar bêbado e ficar estupidamente bêbado, soluço, acordo bem antes do que um ser humano usual costuma chamar adequado para uma manhã de sábado. Imediatamente, recordei a fantástica distinção e não demorei muito (talvez nada) para constatar que ainda estava bêbado (estava ou estou, não sei ao certo) e, nesse mesmo momento, e diga-se de passagem, só nesse momento, lembrei-me da fantástica consequência de ficar estupidamente bêbado: uma FANTÁSTICA RESSACA! A ressaca se diferencia da FANTÁSTICA RESSACA! por uma série de fatores, mas o principal é que em uma ressaca comum você acorda com um gosto de guarda chuva na boca, não que isso seja bom, normalmente não é, mas é algo realmente agradável tendo em vista que na FANTÁSTICA RESSACA! você acorda com o fantástico gosto de um guarda sol na boca!
Foi exatamente nesse fantástico momento, entre o calor da cama e do edredom dessa manhã de sábado, que finalmente resolvi abrir um dos olhos (não lembro exatamente qual), pois comecei a achar ridícula essa situação. E foi aí que eu vi que realmente continuar de olhos fechados fingindo que nada estava acontecendo não ia reduzir a minha FANTÁSTICA RESSACA!, muito pelo contrário, só contribuia para me obrigar a perceber quantas pontas e de que material é feito o fantástico guarda sol. Foi então que ouvi alguém me chamando. Levantei meio atordoado, com todo o resto do meu corpo e fui ver quem era. E era uma voz grave, rouca, quase um murmúrio, muito estranho (você deve tá sonhando, foi também o que eu pensei, dada a turvez da imagem, a lentidão dos movimentos e o enrolar dos grunidos). Atravesso a longa extensão do quarto em câmera lenta, como um astronauta. Por acaso a palavra osciloscópio vagou por minha mente procurando algo com o que se associar. Perseverei e acabei atravessando o limite do quarto. Osciloscópio, osciloscópio...

mais alguns momentos....

e a voz continuava, cada vez mais forte, osciloscópio, rouca, forte, estranha, osciloscópio, OSCILOS-CÓ-PI-O................................................................................ (pausa) banheiro. Corta.

Voltei para o quarto com a fantástica sensação de que dentro de mim ainda havia um estômago, então abro o meu recém adquirido "GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS", onde as sábias palavras esperavam por ser lidas:

"Capítulo 2

Eis o que diz a Enciclopédia Galáctica a respeito do álcool: é um líquido volátil e incolor formado pela fermentação dos açúcares. Acrescenta ainda que o álcool tem o efeito de inebriar certas formas de vida baseadas em carbono.

O Guia do Mochileiro das Galáxias também menciona o álcool. Diz que o melhor drinque que existe é a Dinamite Pangaláctica.
Afirma que o efeito de beber uma Dinamite Pangaláctica é como ter seu cérebro esmagado por uma fatia de limão colocada em volta de uma grande barra de ouro.

O Guia do Mochileiro também lhe dirá quais os planetas em que se preparam as melhores Dinamites Pangalácticas, quanto irá custar uma dose e quais as ONGs existentes para ajudar você se recuperar posteriormente.

O Guia ensina até mesmo como preparar a bebida por conta própria."

Acho prudente não expor aqui a receita, afinal as consequências podem ser mundialmente catastróficas.