24.3.04

especialmente para o catador e para a sacerdotisa.


“Não vale mais a pena fazermos o cinema da esperança socialista. Da esperança capitalista. Não vale mais a pena fazermos o de uma justiça a vir, social, vigilante ou outra. A do trabalho. Do mérito. A das mulheres. Dos jovens. Dos portugueses. Dos nativos de Mali. Dos intelectuais. Dos senegaleses.
Não vale mais a pena fazer o cinema do medo. Da revolução. Da ditadura do proletariado. Da liberdade. Dos seus espantalhos. Do amor. Do sofrimento. Não vale mais a pena fazermos o cinema do cinema.
Não se crê em mais nada. Crê-se. Alegria: crê-se: mais nada.
Não se crê em mais nada.
Não vale mais a pena fazer o seu cinema. Não vale mais a pena. É preciso fazer o cinema do conhecimento disso: não vale mais a pena.
Que o cinema caminhe para sua perda, para a sua perda, é a única política.”

marguerite duras. le camion.


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