(para ultrapassar a barreira do sonho é preciso ter concentração. o corpo cindido por mil horizontes - serras, dunas, maremotos -
marolas de ser e chuvisco ocasional)
- meu amor
(explora os universos da palavra que se desprende do corpo assim como a ele aderiu. da potência ao acto, o desejo dança pelo corpo, volteia, linguageia,
, palavramar, inaugura o novo em mim. eu já te disse que é como se houvesse uma brisa? um rosto - o seu)
- novilúvio não está mais em lisbona. ele agora tece um manto de silêncio, e espera.
- desde quando ele está só assim? mesmo em meio à multidão...
- não sei, deve ter engolido alguma palavra que se rompeu dentro. ou deve ser que a coisa toda não tem mais dívida com palavras, portanto -
(importa pouco, na verdade. pensemos no preço do açucar, nos massacres da colonização, nos milagres da genética moderna, em uma abordagem pluritranspsicanalítica do imaginário. importa muito)
sentiu a brisa, perto e dentro:
- bom, logo estamos a um passo.
- bem menos...
- olha, antes de desligar queria dizer que
- eu também
- beijo em sua boca