É grande mesmo. Talvez chato e há quem diga mal escrito, mas é um relato de quem esteve no melhor lugar do mundo, Prados (evidentemente), e após fumar um num lugar inexplicável, teve uma experiência também inexplicável.
No alto do Canta Galo, entre estrelas cadentes, estavam os três tripulantes luxuosamente premiados discutindo a beleza. Não só dos países distantes, das amizades equidistantes, dos planetas, foco passado e futuro.
- Se a China continuar a crescer assim…
- Pois é! E é com eles mesmo que a gente tem que se aliar!
- Ou! O Brasil é bom demais, sô. Olha só, a água, que dizem que para o resto do mundo será o maior problema das próximas gerações. No Brasil tem tanta que a gente adotou o modelo da energia hidrelétrica. É HIDRELÉTRICA! A gente sai por aí, aproveitando a continentalidade da nossa extensão, e alaga tudo!! Os mais radicais alegam que essa é a maior arma que o Brasil tem em situação de guerra. Basta desviar o rio sobre o exército inimigo. É claro que pode ter alguns incovenientes (enquanto eu escrevia isso, pensava como é interessante escrever isso e ao mesmo tempo pensar sobre o processo de escrever isso e ao mesmo tempo o que eu vou escrever ou pensar, tanto faz, em seguida). E então, pralém dos incovenientes de alagar um lugar como Prados, que mesmo alagado eu jamais deixaria de frequentar, tem uma série de vantagens (tocou o sino, uma badalada, alguma hora e meia), como por exemplo ser biodegradável, aliás seria ótimo utilizar essa arma, desviando algum rio pra cobrir completamente Dores de Campos, internacionalmente conhecida como “Pains of Fields”, local que mesmo alagado eu jamais deixaria de odiar. Biodegradável, refrescante, incentiva o turismo: Aqui o exército dos Estados Unidos da América foi completamente alagado pelas águas ______________ (complete com o nome do rio mais próximo da sua casa).
O cemitério municipal de Prados. Balaustre. Por quê que o cemitério fica sempre no alto? Pra deixar os mortos mais perto do céu, uai. O prefeito de Prados investe tanto em visibilidade que fez dois mirantes. Um no Cruzeiro, com uma cruz megalomaníaca (dá pra ver até da lua, pra onde faremos em breve uma excursão no dia 20, depois que a vaca voltar, com a turma, estão todos convidados), e o outro no cemitério, o qual foi totalmente reformado e enormemente ampliado, afinal em cidade de velhos, a morte é objeto de Marketing político: faz a rua, o mirante e a reforma, mais que explícito, é o mesmo que dizer: venham e vejam o que eu fiz (sem falar do lugar garantido junto à eternidade). Peraí, será que num tá meio cedo pra esses galos cantarem?
Venham e vejam o que eu fiz. Ou melhor: adquira já seu lote no cemitério de Prados. Totalmente ampliado, com uma nova construção, com colunas gregas e arquitetura da capela em forma de cruz. Cruz. Cruz Credo!!! Descendo, descendo, descendo, rua nova, só passa um carro, escuro, estreita, de bloquetes, descendo, descendo, postes de madeira distribuídos em intervalos simétricos dos lados da ladeira (não desses, menores e mais finos, mas nem tão finos), continua descendo, descendo, fudeu, acabou a rua, algum dia desabou com a chuva, água, tá vendo, de novo. Uma rua desabar é realmente algo bonito. Inusitado companheiro projetista de absurdos, relaxa que vai dar certo. O papel tá acabando, devia ter trazido mais, droga, enfim, vou concluindo e recaptulando. Canta Galo, estrela cadente, água (que ao contrário das anteriores não é uma palavra composta) e outros assuntos que acabo de perceber que já esqueci deram na nossa descida pela outra rua do cemitério. Centro, ninguém, Bibinho, conversa sobre ratos brancos que andam robando por aí, ah não, o Chiquérrimo!! Ó lá, tá seguindo aquela turma, todo mundo entrando, quer ver quando chegar nele vão barrar, barraram, fudeu, vai vir pra cá, vamo embora correndo, no caminho pegamo o Léu-Léu no pulo, só vi o cavanhaque se aprumando. Nossa, o Chiquérrimo é chato pra caralho, coitado!